domingo, 26 de fevereiro de 2012

Nas palavras de José Messias: O povo não gosta de coisas boas.

Esse senhor aí é "O CARA"
 
     José Messias é um dos jurados mais icônicos do Programa Raul Gil, estando trabalhando na banca deste programa deste que eu me entendo por gente. Suas máximas e mínimas me fizeram admirar a índole desse jurado e no programa veiculado no dia 25/02/2012 pelo canal SBT no quadro: "Boca do forno" ele falou a frase título que intitula o post: "... O povo não gosta de coisas boas." Calma caro leitor, se você não assistiu esse programa, não saia pelo Twitter, Facebook ou pelo falecido Orkut fazendo polêmica desnecessária.
      Antes de ir ao assunto do post darei um pequeno contexto do que essa frase quer dizer (pois não necessariamente ela quer dizer seu significado literal).
      O quadro Boca do forno é uma espécie de "porta" para ajudar artistas independentes, a premissa do quadro é simples, temos três jurados e o Marquito caracterizado de pizza-iolo maluco com sua pá gigante feita de E.V.A, os candidatos inscritos tem seus CDs mostrados como se fossem pizzas tiradas do forno, então o nosso mestre de cerimônia Raul Gil anuncia o trabalho do candidato e em seguida ele vem cantar sua música.
      Após terminar a execução da música os jurados julgam a qualidade da canção expostas e votam: "Boca do forno" ou "Boca do povo", respectivamente essas sentenças significam que o trabalho merece ser divulgado para cair nas graças da grande massa ou não, e pelas próprias palavras dos jurados o resultado das votações não significam realmente que os trabalhos são realmente bons.
      Neste contexto, foram apresentadas três músicas: uma aos moldes do "Sertanejo Universitário", outra aos moldes de  "Amado Batista" e a última um tipo de pop-rock misturado com soul que agradou a este autor que vos fala.
      Em meio as críticas dessas subentendeu-se que nenhuma delas tinha uma certa qualidade, não querendo dizer que todas as músicas eram ruins, mas, que pela falta de experiência dos cantores, mixadores e todos os que estão por trás da produção, os trabalhos não foram bem executados.
     Durante o julgamento de um desses candidatos José Messias falou isto: "Corro o risco desta música ser um sucesso. Na verdade o povo não gosta  de coisas boas."
     Após esta contextualização vamos ao assunto deste post:
     Afinal o que José Messias quis dizer com isso?
     Apesar de minha limitada capacidade de compreensão tentarei divagar sobre a opinião do Jurado sobre o estado de audição musical do povo atualmente.      
     Em primeira instância, existem duas formas de escutar música hoje em dia. A primeira trata-se da mais normal de todas, que é acompanhando as tendências, essa forma de ouvir esta ligada a pessoas que costumam ouvir música sem compromisso utilizando-se de veículos como o rádio, a televisão, a internet, o carrinho de som do vendedor de CDs e DVDs piratas da esquina. A segunda forma esta ligada a ouvintes de nicho, isto é, pessoas que gostam de se aprofundar em um tipo de assunto o processo que define o ouvir músicas deste tipo de ouvinte não se resume ao uso dos veículos anteriormente citados, mas no aprofundamento no uso dos veículos, isto é, as pessoas que curtem ouvir músicas mais desconhecidas, ou antigas, costumam ficar horas pesquisando sobre coisas novas ou novas coisas velhas e escutam diversas músicas para fabricar sua opinião a respeito de qualquer artista, não querendo dizer que estas pessoas escutam tudo para formar suas opiniões. Muitas vezes essas pessoas são as que geram o chamado "preconceito musical".
     Deixemos o jeito de nicho de se escutar música para outras postagens e vamos nos focar na primeira for de se fazer a audição musical.
 
      O jeito informal de se ouvir música 
 



Olha que fofinha!
   O modo informal da audição musical é o mais executado no sul e no norte, no oriente e no ocidente, é o modo mais abrangente de audição e mais passível de ser manipulado.
    Como a maioria escuta uma canção X e Y ocorrerá em algumas pessoas que em primeira instância não irão gostar da tal  música, logo ela sentirá um sentimento de exclusão diante da maioria, pois duas coisas poderão acontecer: Ele terá sentimento de exclusão onde não há ou o grupo ao qual a tal pessoa pertence fará esse sentimento começar a existir.
    A partir destas premissas básicas o mercado musical nacional e internacional se molda procurando de uma maneira em que domina quase todas as etapas que são capazes de tornar um "single" em um sucesso.
    Primeiramente a mídia é manipulada de uma forma que uma nova tendência vire a sensação do momento, essa nova tendência deve ter haver de alguma forma com outras novidades, isto é, quando uma nova moda vem ela domina todos os tipos de mídias que existem, isso não quer dizer que a maior parte das pessoas irá gostar disso, porém, as pessoas que gostarem renderam lucros exorbitantes para editoras, gravadoras, estúdios de cinema e etc. Para exemplificar, nos anos oitenta e noventa a mídia ainda não sabia muito bem fazer esse tipo de coisa, porém alguns gêneros musicais estavam amplamente ligados ao cinema, a música Eye of the tiger da banda The Suvivors está entrelaçada ao filme Rocky Balboa, os gêneros mais ouvidos na época eram o Pop de boate e o Glam Rock, estes primeiros exemplos não são exatamente uma manipulação, pois estes gêneros surgiram e moldaram seu tempo sozinhos e ajudados pela mídia. Seguindo esse raciocínio, os filmes mais gravados na época eram produções de Guerra e porradaria ao estilo Silvester       Stallone e a música evidenciava essa tendência violenta dos anos 80 e 90 pois o que fazia sucesso era m bandas como Metallica e Guns'n'Roses, não estou dizendo que essas bandas são violentas, estou querendo dizer que os timbres e atitudes dos músicos desta banda exemplificavam um estilo de vida que era vendido para as pessoas na época.
    E o que a mídia faz quando quer criar uma nova moda? Ela pode simplesmente lançar a outra moda diretamente fazendo com que o outro gênero antes em ênfase seja esquecido por sua fraqueza, ou, quando o gênero tem grande sustentação por si só, tendo um poder de aceitação tão grande que pode ficar em ênfase por mais anos, a mídia utiliza-se de ardis para derrubar este gigante, isso pode acontecer por criações de polêmicas, ou pela criação de máximas como: "O rock está morto."      
   Depois disso tudo, as gravadoras tendem a procurar um grande expoente do estilo que está para ser vendido podemos ver claramente esses exemplos com as antigas alcunhas de Elvis "O rei do rock" e Britney Spears a "Princesinha do Pop".
   Com esses dois filões divulgados surgirá naturalmente outros produtos para concorrer com o macho alfa do novo estilo e abrir sorrisos na cara dos grandes empresários. Poderá surgir naturalmente um macho beta, o segundo melhor, aquele que irá disputar com o primeiro nas paradas.
   Enquanto as três coisas descritas acima acontecem, paralelamente o investimento em divulgação pesada começa, então acontecerá que você leitor terá que ouvir por vinte e quatro horas a mesma musiquinha dos infernos.
   Feito tudo isso a batalha está ganha, os ouvintes de passagem faram o resto do processo acontecer, logo que as músicas do novo gênero são ouvidas a primeira vista começará a formação do senso-comum que "Aquela é a nova onda do momento."    
    Dentro do tal senso-comum existem vários tipos de pessoas diferentes que renderam dinheiro para os artistas e gravadoras entre elas:
    1) Os ouvintes informais puros, que escutam por escutar e logo deixaram a moda
    2) Os ouvintes informais frustrados, que escutaram o que quer que seja apenas para serem aceitados.
    3) Os  aproveitadores que além de escutar só pelo ato se forçam a gostar de algumas coisas realmente ruins porque tem algo a ganhar com isso.
    4) Os que se tornaram ativista e no futuro os fãs daquele estilo velho que foi demonizado pela mídia.
   Como visto esse mercado é altamente passível de manipulação, como qualquer outro mercado e isso nos leva ao tópico final deste post que está ficando imenso.

    Afinal, as pessoas só gostam de coisas ruins?   
 
    É óbvio que nem todas as pessoas do mundo gostam de música ruim, mas a frase de José Messias quer dizer que a maioria das pessoas que ouvem a música informalmente tendem a ouvir verdadeiras obras-primas primas da fraca criação.
    E quando várias pessoas gostam o conceito de bom e ruim se torna completamente relativo, ou seja, a opinião relatada nessa postagem pode não ser a certa dependendo de sua posição a respeito do assunto falado.
    Tenho que ter a humildade de reconhecer que as gravadoras primam por uma relativa qualidade, todavia, essa qualidade torna-se amplamente questionável quando o conteúdo é examinado a fundo.
    Algum argumento do tipo: "Música é pra se sentir e não para se ver o conteúdo." pode ser utilizado contra esta opinião que está sendo dada, porém este argumento cai por terra quando o sentimento que a música quer passar também examinado.
    Existem melodias para se estudar, para se dançar, para simplesmente escutar, para praticar o ato sexual, em resumo, para cada momento existe uma sincope específica, mas assim como existe mal dentro do bem e bem dentro do mal na crença taoista, existirá sempre duas formas de se executar uma canção qualquer que represente um desses atos, a primeira é a maneira inteligente e a segunda é a passível de erros e enganos.
    Até nesses conceitos de boa ou má execução existe o relativismo causado pelo ouvido e gosto do ouvinte, todavia, quando falo de execução inteligente não falo especificamente da erudição da tal mas, da sutileza em que a mensagem é passada.
    Eu posso falar de um assunto sutilmente me utilizando da poesia, do lirismo, sem ser necessariamente chato ou metido a inteligente, é possível usar o lirismo com inteligência sim e isso depende exclusivamente do criador da canção.
    As canções ruins podem ser classificadas em diversas categorias, existem as que pecam na letra, no andamento, arranjo e até mesmo pela execução do interprete e só quem pode dizer realmente o que é ruim ou o que não é, são os peritos nessa área. Alguns peritos estão empenhados em empurrar porcarias  de qualquer forma em seus ouvidos, isso pode deixar alguns desorientados mas cabe a você leitor escolher o que é bom e o que é ruim.   
    Mas cuidado, você também pode estar ouvindo qualquer coisa ruim por aí, afinal, as porcarias hoje estão muito bem produzidas.
    Agora fiquem com uma boa música pra descansar deste poste gigantesco...

    

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

REFORMA

   Esse blog passará por uma reformulação, depois de muito tempo este Filosofo que voz fala resolveu deixar de preguiça e por a mão na massa, pelos próximos dias estarei recolhendo algumas postagens deste blog e reeditarei para termos mais qualidade no conteúdo (ou falta dele) produzido.
   A reformulação do blog se dará nas seguintes etapas:

   1) Recolhimento das postagens para reedição.
   2) Uma mudança no layout (Provavelmente vai ser a mesma coisa só que de outra cor, enquanto eu não aprendo html vou fazendo o meu melhor).
   3) Preparação de novo conteúdo para o blog reformulado.
   4) Divulgação XD

   Então, caro leitor, se por acaso você estiver querendo ler alguma postagem antiga e não encontrá-la, teoricamente ela foi recolhida para sofrer a reedição, ou, foi apagada porque este Filósofo e sua equipe consideraram o artigo não condizente com a proposta atual do blog...
    E o leitor pergunta: Qual a proposta atual do blog?
    Não se preocupe caro amigo, você saberá!